sábado, 15 de agosto de 2009

Resenha - Aprender: O Desafio Reconstrutivo.

Demo, Pedro. Aprender: O Desafio Reconstrutivo. In. Amorim, Ana Paula. Metodologia do Trabalho Científico. P. 76-82. Salvador: FTC ead, 2006. Pedro Demo é PhD em Sociologia pela Universidade de Saarbrucken, Alemanha, professor titular na UnB, Departamento de Serviço Social, Assessor da Secretaria de Educação das Prefeituras de Campo Grande (MS) e Belém (PA), para programas de formação permanentes de professores básicos e para alfabetização de crianças de 1ª série desde março de 2005 e publicou mais de quarenta e dois livros relacionados à educação. A aprendizagem é vista como “simples ensino” e aceita desta maneira pela nova LDB, por outro lado, as instituições de ensino se preocupam apenas em cumprir a carga-horária das aulas oferecidas, transmitindo uma visão de que apenas isto promove aprendizagem, uma vez que se for aplicado o diálogo entre sujeitos, estamos ao mesmo tempo propondo a consciência crítica reflexiva e a cidadania. A construção de conhecimento entra em pauta, devido à nova concepção reconstrutiva, de aprender o que alguém “construiu” algo, que não é tão comum no cotidiano, neste caso, a pesquisa precisa estar presente no processo educativo para concretizar a reconstrução do conhecimento, a qual, parte das indagações duvidosas. As Ciências Humanas colocam suas teses em relação à aprendizagem, expondo uma visão de várias etapas e explicações da construção do saber. Nas colocações do “Mundo de Sofia”, citadas como exemplos, o professor é visto como um orientador o qual, não tira dúvidas, apenas motiva o aprendiz a construir o seu próprio caminho; dispensando as aulas expositivas, a qual coloca o aluno em um ambiente doutrinador. Nas descrições denominadas de “Objeções Comuns”, o MEC se baseia nas experiências norte-americanas, no entanto, diferente dos brasileiros, a maioria dos professores dos EUA possuem doutorado. A LDB, com um esquema obsoleto de “ensino/aprendizagem”, colocando quem ensina numa postura doutrinadora diante de quem aprende, difunde o “ensino” que aproxima da prática do “mero ensino” que se distancia da mesma. São tiradas algumas conclusões, uma delas colocada no final do primeiro parágrafo, onde o autor afirma que “o ambiente adequado de educação exige diálogo de sujeitos e que para ter consciência critica é necessário priorizar o desafio formativo”. Situado no início do Parágrafo do subtítulo “Fundamentos da Aprendizagem Reconstrutiva”, conclui que: “Normalmente reconstruimos conhecimento, partimos do que está disponível na cultura. A construção pode ocorrer, mas, é dificilmente aplicável ao dia-a-dia”; No subtítulo “Objetivos Comuns”, nos três primeiros parágrafos sobre o ‘mero ensino’, coloca que: “com a postura submissa de quem aprende, não adquire capacidade de confrontar com novos desafios”; Nos últimos três parágrafos conclui sobre a prática. “Fazer não basta; é mister saber fazer, porque é sempre necessário refazer. Pesquisa é de absoluta utilidade, ainda que não necessariamente imediata, mas útil à humanidade”. O texto imposto trouxe algumas verdades sobre a educação atual, mostrando a visão obsoleta da LDB com respeito à aprendizagem; a qual deveria ser uma das prioridades máximas e vista como prioridade indispensável no crescimento intelectual e econômico de qualquer indivíduo. Neste contexto surge a prioridade do desafio educativo ou formativo. Para tal desafio, acrescenta-se a aprendizagem baseada no “construtivismo”, que é colocada como uma crítica nominal e conceitual. “Normalmente reconstruimos conhecimento, partimos do que está disponível na cultura. A construção dificilmente é aplicável ao cotidiano”. É bastante aceitável o conceito reconstrutivista, pois induz o sujeito a saber pensar, porém em relação à construção de conhecimento, percebe-se que é aplicável constantemente, até mesmo com a simples redescoberta dos acontecimentos. As colocações das Ciências Humanas são aceitáveis, no entanto, nota-se a surpresa da Pedagogia, em continuar com o ritmo arcaico e obsoleto do mero ensino. No cenário do “Mundo de Sofia”, criatividade imposta, é justificável o termo: “O professor que tira dúvidas impede o aluno de aprender”. Mas, percebe-se uma necessidade mais aceitável de expressar o termo, podendo transformá-lo em: O professor que dá respostas prontas aprisiona o aluno impedindo-o de aprender. Nas “Objeções Comuns”, é ressaltada a postura do MEC em basear o ensino brasileiro nas experiências norte-americanas, devido à construção de conhecimentos dos doutorados americanos, porém a LDB, imposta pelo MEC, no entanto incorpora o mero ensino. Em relação à pesquisa, com a afirmação que “é necessário saber fazer, pois tem absoluta utilidade à humanidade”. A humanidade necessita de novas descobertas para se relacionar com a realidade de forma segura. Diferencia ensino de mero ensino. O “ensino” tem maior aproximação com a prática. Já o “mero ensino”, dificilmente é prático, porque esconde uma visão mecânica da prática. Percebe-se então, a diferença entre ambos; o primeiro termo intervém na vida das pessoas, enquanto o segundo distribui fórmulas prontas e só atrapalha. Assim, o que importa é uma visão ampla, a aprendizagem ocorre a partir da necessidade humana. A resenha é direcionada a estudantes especialistas em todos os cursos relacionados à educação, pois favorece uma visão ampla nos conceitos da aprendizagem construtiva e reconstrutiva.

SANTOS. Euler Jackson Jardim. Aprender: O Desafio Reconstrutivo. Iramaia-BA. Agosto de 2009. Disponível emhttps://prosasobreversos.blogspot.com/

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