sexta-feira, 23 de março de 2012

Análise poética: poema Mascarados.

O poema “Mascarados” da escritora Cora Coralina é composto de três estrofes, sendo as duas primeiras compostas de quatro versos e a última composta de cinco.

Fazendo uma análise por inferência, é possível afirmar que o termo "mascarados" se refere às pessoas que sempre fazem o bem, exercem solidariedade e nunca querem nada em troca, dispensam o reconhecimento, ficam no anonimato.

Na primeira leitura, o texto deixa transparecer a figura de um personagem rural, agricultor que semeia pela terra sementes. Podemos perceber isto no primeiro verso da primeira estrofe “saiu o semeador a semear”.

O texto coloca o personagem fazendeiro semeando dia e noite de forma tranquila, sem pressa, uma vez que as sementes não se acabam “semeou o dia todo e a noite e apanhou ainda com as mãos cheias de sementes”.

Outro aspecto claro é o trabalho coletivo em que o trabalhador não se preocupa com a colheita, uma vez que teria colhido do que os outros plantaram “... porque muito tinha colhido do que outros semearam”.

A última estrofe do poema coloca o personagem não mais como agricultor. A autora inicia o primeiro verso dando um conselho à juventude e o fazendeiro se torna um jovem qualquer que recebe instruções para semear valores. Percebe-se isso de forma clara nos últimos versos “Jovem... semeia com otimismo, idealismo as sementes vivas da paz e da justiça”.

Não podemos negar que a vida de um agricultor em semear sementes para produzir alimentos e matar a fome, não se diferencia das sementes vivas, colocadas pela autora como valores que a humanidade está deixando entrar em extensão, trazendo fome de boas maneiras, pois estão dando espaço para as várias formas de violência e de injustiças sociais como, homicídios, furtos, espancamentos, abusos, fome, miséria, etc.

Portanto, o futuro está nas mãos dos jovens e é dever dos adultos promover o resgate dos valores para que nossos futuros políticos, professores, médicos, pais, etc., construam uma sociedade evoluída para melhor em que todos possam se beneficiar das colheitas.


SANTOS. Euler Jackson Jardim. Análise poética. Mascarados. Barra da Estiva-BA. Março de 2012. Disponível em: https://prosasobreversos.blogspot.com/

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