domingo, 16 de maio de 2010

Artigo: O poder da comunicação.

A comunicação é mais do que um ato de socialização, constitui-se em fator de sobrevivência cada vez mais necessário no mundo pós-moderno e globalizado. Atualmente verificamos a fragilidade de compreensões de obras cada vez mais complexas e ricas em lacunas, em polissemia e adaptadas às mais diferentes culturas. Esse rompimento com o linear e tradicional da “boa escrita” atingiu os mais variados gêneros, alargando-se até as Histórias em Quadrinhos, doravante HQ’s. Apesar de ter sido considerada como gênero menor até a década de 50, as HQ’s constituem um forte aparato para o desenvolvimento da linguagem e do senso crítico das pessoas, visto que aquilo que lemos, escrevemos ou imaginamos só faz sentido à medida que decodificamos e transformamos em imagens mentais distribuídas em sequências narrativas. Tal fato, embora pareça novo, foi desenvolvido por nossos ancestrais desde a antiguidade ao deixarem seu legado em forma de pinturas rupestres. Se naquele estágio primário de comunicação nossos antepassados conseguiram, sem uso de uma só palavra expressar seu imaginário, lutas e conquistas, imaginem só o que podem fazer nossos alunos se estimulados a produzirem e analisarem sucessões de imagens? Assim, as HQ’s é uma transposição do ideal, do pensamento crítico e informativo em forma de imagens que não pode ser desconsiderada na prática pedagógica dos professores, visto que a linguagem visual oferece uma gama de recursos em sequências narrativas de forma rápida, alcançando a leitores de diferentes níveis culturais e de letramento. Devido à sua atração criativa, as HQ’s fizeram e fazem grande sucesso, atraindo não só o público infanto-juvenil como o adulto. Embora as HQ’s só tenham sido bem vistas quando foram nacionalizadas e nela inclusa a literatura, elas não são ingênuas. Sempre há uma intencionalidade de quem as produz, a exemplo de grandes escritores brasileiros como Ziraldo e Maurício de Sousa que, em seus desenhos e histórias, recriam com autenticidade e certo humor a realidade do povo brasileiro, tornando seus personagens imortais e atemporais. Não podemos negar o poder que a imagem exerce no processo de comunicação e nem considerá-la, em sua essência, como um gênero não literário, visto que o objetivo da Literatura é o prazer, certamente as histórias em quadrinhos cumprem, e muito bem, sua função como texto literário.

Simara Carreiro, Adriana Amorim, Euler Jackson Santos, Márcia Almeida, Gilma Lacerda & Carlos André Oliveira. Artigo de Opinião. História em Quadrinhos. Barra da Estiva-BA. Maio de 2010. Disponível em: https://prosasobreversos.blogspot.com/

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