Fazendo uma análise por
inferência, é possível afirmar que o termo "mascarados" se refere às
pessoas que sempre fazem o bem, exercem solidariedade e nunca querem nada em
troca, dispensam o reconhecimento, ficam no anonimato.
Na primeira leitura, o texto deixa
transparecer a figura de um personagem rural, agricultor que semeia pela terra
sementes. Podemos perceber isto no primeiro verso da primeira estrofe “saiu o
semeador a semear”.
O texto coloca o personagem
fazendeiro semeando dia e noite de forma tranquila, sem pressa, uma vez que as
sementes não se acabam “semeou o dia todo e a noite e apanhou ainda com as mãos
cheias de sementes”.
Outro aspecto claro é o trabalho
coletivo em que o trabalhador não se preocupa com a colheita, uma vez que teria
colhido do que os outros plantaram “... porque muito tinha colhido do que
outros semearam”.
A última estrofe do poema coloca o
personagem não mais como agricultor. A autora inicia o primeiro verso dando um
conselho à juventude e o fazendeiro se torna um jovem qualquer que recebe
instruções para semear valores. Percebe-se isso de forma clara nos últimos
versos “Jovem... semeia com otimismo, idealismo as sementes vivas da paz e da
justiça”.
Não podemos negar que a vida de um
agricultor em semear sementes para produzir alimentos e matar a fome, não se
diferencia das sementes vivas, colocadas pela autora como valores que a
humanidade está deixando entrar em extensão, trazendo fome de boas maneiras,
pois estão dando espaço para as várias formas de violência e de injustiças
sociais como, homicídios, furtos, espancamentos, abusos, fome, miséria, etc.
Portanto, o futuro está nas mãos
dos jovens e é dever dos adultos promover o resgate dos valores para que nossos
futuros políticos, professores, médicos, pais, etc., construam uma sociedade
evoluída para melhor em que todos possam se beneficiar das colheitas.
SANTOS. Euler Jackson Jardim. Análise poética. Mascarados. Barra da Estiva-BA. Março de 2012. Disponível em: https://prosasobreversos.blogspot.com/